Ormonde Castle

Logo que fiquei sabendo que moraria em Carrick-On-Suir, a primeira coisa que fiz foi entrar no Google Street para saber como é o lugar. Na verdade, minha vinda para esta cidade foi uma surpresa pois o plano inicial era Newbridge, uma cidade um pouco maior e mais próxima de Dublin. Porém, faltando apenas 10 dias para o meu embarque, o coordenador do Camphill entrou em contato comigo pedindo para que eu mudasse de locação já que em Carrick-on-Suir estava com mais urgência em ter voluntários. Confesso que no começo resisti um pouco e tentei manter o plano inicial, mas… é voluntariado né? Ou seja, abnegação total… desde o começo eu sabia que os meus interesses pessoais não viriam em primeiro lugar e nessas horas somos lembrados disso.

Claro que eu preferia mil vez estar em uma cidade com melhor acesso à capital, mas no fim das contas eu gostei da ideia de vir pra cá. Afinal, Irlanda não é só Dublin né? E acho que o fascínio em viajar é justamente poder visitar lugares menos conhecidos e improváveis. Há muito beleza escondida no mundo que a gente só veria pessoalmente.

Bom, assim que vi minha então residência no Google Street, eu me deparei com um fato curioso: tem um castelo aqui em frente! E castelo de verdade mesmo, de meados do século XV. Pelo que entendi, foi um primo da rainha Elizabeth que construiu pra ela, mas a danada nunca apareceu por aqui (e você reclamando aí que o contatinho visualiza e não responde). 

Pois bem. Ontem eu saí para dar uma volta com a outra voluntária e um dos residentes. Estava bem chuvoso e por ser sábado à tarde não pensamos que o castelo estaria aberto para visitação, mas para a nossa alegria estava sim! E lá fomos nós. A entrada custa 5 euros, mas quando o senhor da recepção viu que estávamos acompanhadas de alguém portador de necessidades especiais ele liberou a entrada gratuita (acho que ele nem era obrigado a fazer isso, foi apenas uma gentileza e achei bem legal da parte dele).

O Ormonde Castle, caso ainda eu não tenha citado o nome, é bem charmoso. Nitidamente foi restaurado em diversas partes mas conseguiram preservar algumas ruínas, pisos e madeira originais. Não é um castelo muito grande, em meia hora dá para andar por ele todo.

(Hanna e eu, voluntária da Alemanha)

(Normalmente é proibido tocar itens de museu. Mas foi o próprio guia que pegou esse acessório e enfiou na minha cabeça hehe)

(Já tenho postura de uma senhora tirando fotografias)

(Rainha Elizabeth não sabe o que perdeu. Olhem essa cama, eu passaria o dia todo nela)



(Berço da época. Conforto não era um conceito muito popular)


(Uma humilde sala para receber os parentes)



(O guia explicou que as pessoas sem saber se envenenavam ao usar utensílios domésticos desse material, algum tipo de metal)

(Aqui era onde os escravos ficavam. Todas essas madeiras são originais)

(Essa lareira também foi preservada. Dá para ver os fósseis de conchas nela)

(Parte externa do castelo)





Acho fascinante saber que, de alguma forma e por algum motivo desconhecido, eu consegui a façanha de morar em frente a um castelo que possui reconhecimento histórico. Tá aí algo legal de se contar para a minha posteridade!



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