Mini-férias em Londres

 

Meu 2024 começou de uma forma frenética, intensa e com uma viagem inesperada: em Londres! Um sonho de infância cuja realização aconteceu bem antes do esperado.

Bom, eu já planejava fazer essa viagem em algum momento, mas estava naquela de esperar a "hora certa". Esperando frio passar, a chuva passar, deixar meu dinheiro rendendo mais um pouco, etc... mas francamente, às vezes esqueço que há coisas que - havendo a oportunidade, é claro - a gente deve simplesmente fazer. 

Em dezembro eu recebi a notícia de que dois casais de amigos muito queridos (Gui, Ciça, Bruna e o outro Gui, namorado da Bruna hehe) estariam em Londres praticamente na mesma data (detalhe, eles não se conhecem, então foi uma excelente coincidência). Daí me dei conta de que seria uma bobeira muito grande deixar esse encontro passar sem nem ao menos tentar pedir permissão do pessoal aqui no Camphill. E para a minha agradável surpresa, eles foram super tranquilos em me darem uns 5 dias de folga para poder viajar. Então faltando apenas um mês, meti o louco e comprei as passagens, reservei o hostel e pronto (aaah, as maravilhas da ajuda de custo em euro...).

Saí daqui no dia 03 de janeiro à noite com uma senhora dor de garganta e morrendo de ansiedade. Meu voo seria no outro dia pela manhã, então mais uma vez fui acolhida pela Taiza na casa dela em Dublin. Minha ansiedade era tanto que eu não consegui dormir kkkk. (Sério, poucas horas antes da viagem me bateu uma angústia do tipo "nossa, o que fui inventar de fazer". Sento um certo desespero quando percebi minha garganta inflamando, péssimo momento para ficar doente).

No dia 04 de janeiro pela manhã, com muita tranquilidade e umas bolas foras por quase descer no ponto errado, cheguei no aeroporto de Dublin e em menos de 1 hora estava eu na terra do rei Carlinhos.

Minha estadia por lá começou com tudo. Minha única missão era seguir o aplicativo para chegar no hostel. Parecia simples: pegar o trem pela plataforma 4, dentro do próprio aeroporto, seguir até uma tal de estação Vitória e depois pegar um segundo metrô. Tudo parecia estar dentro dos conformes até que em algum momento - não sei explicar como - me dei conta de que estava indo na direção errada. 

Isso mesmo, consegui a façanha de me perder dentro de um trem, caros amigos. Até agora não sei explicar como, já que o trajeto estava batendo com as instruções do Google Maps até a segunda parada. Depois disso precisei pedir ajuda a umas pessoas no trem, descer na próxima estação e de lá recalcular a rota. Minha primeira dificuldade foi me encontrar na estação de metrô gigante onde eu estava, simplesmente não conseguia entender nada e nem a direção para onde eu devia ir. Foi preciso pedir ajuda para uns dois funcionários diferentes até achar a localização correta (ok, nessa hora eu confesso que bateu uma tremenda angústia. Londres é gigante e eu não fazia a menor ideia de onde estava).

Chegando no hostel dentro do horário previsto, o próximo passo seria me encontrar com o Gui e a Ciça. Como eles estavam em outro passeio, resolvi aproveitar a tarde para bater perna e curtir minhas primeiras horas londrinas. Então, por volta de umas 17 horas, fomos todos surpreendidos com uma chuva torrencial, daquelas de te deixar encharcado até o último fio de cabelo. Meu passeio precisou ser interrompido já que meus pulmões asmáticos não são muito chegados em uma chuva...

(Enquanto eu esperava a chuva diminuir, tomei esse café maravilhoso. Nunca tinha tomado um café azul e foi uma das melhores coisas que as minhas papilas gustativas já apreciaram)

Daí pra frente foi só pra trás: a chuva não parava de jeito nenhum, percebi que eu estava de fato adoecendo e foi ficando tarde para encontrar o Gui e a Ciça. Eles iriam embora no dia seguinte e aquele seria o único momento para estar com eles, mas infelizmente houve essa pequena frustração no começo da viagem e não pudemos nos ver. Admito que esse foi um momento em que deu um medo danado de me arrepender por ter ido: começando um resfriado e com dias chuvosos nada seria muito proveitoso..

Mas felizmente esse susto foi apenas no primeiro dia. Ao acordar na manhã seguinte, o clima estava mais amistoso - um tanto nublado, como esperado, mas pelo menos sem chuva. E assim dei sequência à essa viagem que logo se tornou uma das mais incríveis da minha vida!

Primeira parada foi no Palácio de Buckingham, onde eu encontraria a Bruna e o Gui, meus amigos de Londrina. Eu havia mais ou menos planejado uma surpresa para a Bruna (ela sabia que eu estaria em Londres mas não sabia exatamente quandoa gente se encontraria) então nosso reencontro foi quase que inesperado.

Antes de adentrar nas narrativas da viagem, aqui gostaria de compartilhar um sentimento de alegria completamente novo para mim: esse de reencontrar pessoas próximas e queridas em terra distante. Óbvio que todos nós sabemos o que é a alegria de ver alguem que amamos e consideramos, mas ter esse encontro em um lugar onde tudo mais é estranho - o idioma, as pessoas, os costumes - me fez sentir uma alegria totalmente nova. Um contraste entre o familiar e o desconhecido, a valorização de ouvir o própria idioma, o reconhecimento de um laço profundo em detrimento de pessoas novas... e a certeza de que há coisas de que amamos muito e que merecem ser preservadas, não importa a localidade geográfica.

Bom, em suma, foram ao todo quase 4 dias juntos. Não vou narrar detalhadamente como esses dias aconteceram, mesmo por que são detalhes chatos que consistem basicamente em andar bastante e pegar muito metrô. Mas é claro que eu não deixaria de compartilhar fotos de todos os lugares que conhecemos juntos.

(O famoso Palácio de Buckingham. Passamos a vida toda vendo pela TV o grandes momentos históricos que este lugar acolheu. Ver o lugar pessoalmente é bem... inacreditável)

(Victoria Memorial, em frente ao palácio. Tudo estava lotado de gente, todo mundo aguardando para assistir a troca da guarda real)

(O momento do nosso reencontro!)

(Bruna e eu! Olhando essa foto fico lembrando de nós duas em Londrina apanhando nas sessões de Ayahuasca... quem diria que a gente chegaria tão longe!)

(Só pq amo essa foto)

(Primeiro almoço juntos)

Picadilly Circus. O ponto turísico é essa rua mesmo

Museu Britânico

(Interior do Museu Britânico)

(Depois de horas explorando o Museu Britânico)

(Jantinha em uma taverna grega. A comida estava muito boa, o dono do restaurante era super simpático. Quando eu disse ser brasileira ele preparou uma comida no capricho, bem temperada. O lugar estava vazio, tinha uma decoração estranha... mas comida boa e bom atendimento sempre marcam a gente hehe)

(Segundo dia de passeio. Essa região chamada "Candem Lock" seria o que conhecemos como a Rua Augusta em São Paulo. É bem legal! Não havia ouvido falar, conheci pela minha colega de hostel)

(Tower Bridge)

(Claro que teria um registro de nós três juntos!)

(Essa, sem dúvida, foi a foto mais esperada do momento mais esperado por mim. Eu me lembro de ter ouvido falar no Big Ben pela primeira vez quando eu tinha uns 8 anos de idade. Havia um livro de redação do qual eu gostava muito que contava a história do Conde Drácula, se passava em Londres. Em uma determinada página, havia um desenho do Big Ben. O desenho passava um ar de mistério, melancolia e, ao mesmo tempo, muito charme. Eu ficava um longo tempo revendo a história e a imagem do Big Ben. Lembro de ter pensado: "um dia vou ver o Big Ben de perto". Talvez esse tenha sido meu primeiro grande sonho. Sair do metrô e me deparar com ele bem na minha frente me fez relembrar a alegria infantil que eu carregava comigo aos 8 anos de idade - aquelas alegrias que a gente não percebe perder depois de alguns anos.)

(É claro que eu tirei proveito ao máximo desse momento)

(E o London Eye logo ali!)

(Uma foto aleatória do Museu de Ciências. Tem MUITO museu em Londres, a grande maioria de graça. Dá para explorar bastante coisa...)

(Ainda no Museu de Ciências. Esses itens me deram certa nostalgia. Posso ouvir dentro da minha cabeça a musiquinha do Windows 98 sendo inicializado. Bons tempos)

(Esse túnel é conhecido pelas artes em grafite)

(Finalmente experimentei esse doce japonês que morria de vontade de comer. Mas agora esqueci o nome...)

(No decorrer da viagem eu fiz amizade com uma menina da Espanha. Fizemos alguns passeios juntas. Nessa foto nós duas estávamos passeando em um bar gay hehe)

(Em nosso último dia de viagem, minha nova companheira de viagem e eu fomos tomar café da manhã nesse lugar chamado "EL&N". Sensacional!)

(Era assim por dentro)

(Esse café da manhã custou 30 libras. Acho que nunca paguei tão caro em uma refeição, mas também acredito que meu cérebero nunca produziu tanta serotonina hahah pense em um negócio gostoso! Esse é de comer de olhos fechados...)

(Café de pistache. Eu voltaria nesse lugar só por esse café)

(Uma breve lembrança pelo Chinatown)

(Esta sou eu observando um quadro do século passado. Belíssimo, mas só conseguia pensar: "só tem homem branco...")

(Não tenho maturidade para certas coisas, meus nobres)

(Inesperadamente realizei um  outro sonho de infãncia que eu nem sabia que tinha. Havia um outro livro que eu amava muito quando criança chamado "Linéa pelos jardins de Monet", o qual explorava a arte e a vida de Claude Monet. Essa pintura - por sinal, muito famosa - era a minha favorita. Me imaginava andando por essa ponte e observando a água, as flores e tudo ao redor. Minha alegria foi tremenda quando visitei a Galeria Nacional e me deparei com o quadro original, algo que eu não esperava)

(Monet gigante!)

(No último dia de viagem ainda tive a oportunidade de reencontrar a Ludmilla e o marido dela. Ambos também vieram de Londrina e agora moram em Londres. Passamos a tarde no Museu de História Natural, muito conhecido em razão do filme 'Uma noite no Museu'. Mais um reencontro feliz para ficar na memória!)

Foram dias profundamente especiais e felizes. Londres era um sonho antigo e que eu não esperava realizar tão cedo! Não tenho muito a dizer a não ser expressar minha gratidão por cada oportunidade, cada lugar que tenho visto, cada pessoa que tenho encontrado. Minha criança interior também agradece pelos sonhos antigos concretizados!

(Depois dessa viagem toda fiquei bem doente e precisei de dois dias de repouso... bom, valeu a pena!)